2008/09/08

Vida leve

Agora, que tudo acabou, aquelas relações voláteis esmiuçadas nas plásticas revistas cor-de-rosa que se folheiam nos dias de praia, quanto mais não seja para saber quem está no areal ao lado, surpreendem-me ainda mais. A deixou B, porque sim e porque acabou por ficar com C. Num dia amam-se e não sabem viver um sem o outro, no dia seguinte já amam outro qualquer, que por acaso até já amou uma amiga qualquer, que acabou por se envolver com o famoso qualquer coisa X, em intermináveis polígonos amorosos e, sobretudo, mediáticos.
Depois do que senti e me envolvi, depois do que me dei, custa-me ainda mais entender como é possível pôr para trás assim uma relação que parecia tão profunda e partir imediatamente para outra, que tapará o vazio existente. Não podia ser amor o sentimento que existia, nem aquele que supostamente se passa a ter. Serão, quando muito, atracções muito convenientes. Não se fica disponível assim, não se recupera a energia para partir para uma nova relação, amar com este ânimo leve não é amar.
E, como ainda estás em todos os meus gestos, os meus adormeceres, os meus despertares, todos os meus momentos ainda, vou arranjando alternativas solitárias para preencher as horas que eram tuas, voltando à minha rotina, sem vontade de ninguém (à excepção de alguns bons amigos) que substitua o insubstituível. Vivo uma vida leve, o mais possível, mas nunca fútil.

3 comentários:

Elora disse...

Os grandes amores jamais se esquecem, atenuam-se com o tempo.

BlueAngel aka LN disse...

Grande verdade dizes. Sobre a leviandade com que se ama já escrevi uma vez algures no meu cantinho. Se clicares no meu nome vais lá dar e depois é só procurar, são só dois anos de escrita. :-)A mana, que comentou antes de mim, tem razão: o tempo atenua e os grandes amores, sinceros e verdadeiros não se esquecem. Com o tempo guardamo-los com carinho e sem dor. Temos é de lhes dar tempo... beijocas larocas com amizade :-)

June disse...

Tudo o que 'as migas' disseram é bem verdade. O tempo tudo faz, é o nosso maior aliado. Até lá, luta contra essa vontade de ninguém. Há sempre alguém e há sempre o velho ditado: «dentada de cão cura-se com o pelo de outro cão».
Festinhas e beijinhos