2005/12/31

Happy New Year

Aqui está ele, novinho em folha e pronto a usar. Não é nada de mais, apenas outro ano, outra oportunidade para escrevermos mais um pouco das nossas vidas. O conteúdo depende apenas de cada um e não de sortes, azares, astrologias, deuses maiores e menores. É nossa a mão que escreve, não outra qualquer. Assim, e porque não sabemos quantas folhas ainda nos restam, temos que aproveitar cada uma delas ao máximo. Por isso, vamos lá fazer o melhor que pudermos. Feliz Ano Novo a todos.

2005/12/27

Balanço

2005 já só dura pouco mais de 3 de dias e 2006 está à porta. Chegou, portanto, a altura de fazer um pequeno balanço do ano que decidi que devia ser de viragem. Aqui vai:

Prós:

· Resolvi acreditar que valho por mim e não pelo que aparento.
· Descobri que não tenho que ter medo de afirmar os meus gostos, as minhas tendências políticas, os meus defeitos e as minhas fraquezas, e que não sou obrigada a seguir qualquer rebanho.
· Comecei um projecto fantástico, que acredito que irá mudar a minha vida totalmente. Obrigada por seguires comigo neste caminho, MP.
· Redescobri a alegria de estar apaixonada, nem que seja só por um sonho, e o que esse estado é capaz de fazer por mim. Sorri muito, senti-me dona do mundo, e nada nem ninguém me podem tirar essa felicidade do coração. No fim, chorei, mas ganhei um amigo e a consciência de que esse estado é essencial para eu ser feliz.
· Em Julho, dei uma hipótese à felicidade e descobri que ela está mesmo só nas pequenas coisas. Obrigada, J.
· Descobri que os melhores amigos não têm que ser aqueles que estão connosco todos os dias, mas aqueles que nos têm no coração, mesmo vivendo do outro lado do oceano. Obrigada, P.
· Conheci um universo de coisas bonitas e inspiradoras nos blogs que visito regularmente.
· Conheci novos amigos e reencontrei alguns antigos.
· Perdi quase 10 kg, sem esforço e sem sacrifício, e continuo no bom caminho.
· Dediquei-me mais às minhas palavras, e estou a descobrir um novo rumo.
· Dediquei-me mais a mim e estou a descobrir que sou capaz de tudo.

Contras:

· Desiludi-me com pessoas que conheço há anos e que considerava amigas.
· Descobri que a ambição e a vaidade acabam com qualquer amizade.
· Descobri, infelizmente, que a hipocrisia ainda move mundos.
· Percebi, que cada vez menos, nos preocupamos com os outros sentem e sim com o que os outros poderão pensar de nós.
· Descobri que há cada vez menos capacidade de ver para além do que é imediato, porque não temos tempo e porque não estamos para isso.
· Descobri que há pessoas que pensam que existem graus de infelicidade, medidos por acontecimentos mais ou menos graves.
· Descobri, de acordo com as palavras de alguém, que só poderei contar comigo própria. Seja.

Contas feitas, e dado os volumes de prós e de contras, parece que afinal 2005 não foi mau de todo. Venha outro.

2005/12/22

Merry Christmas

Porque é dele que se trata no próximo dia 25, e não de presentes, pais natais, renas, trenós, chaminés e afins, aqui ficam os meus desejos de Feliz Natal e de muita paz a todos.

(imagem do Menino Jesus usada na Ilha da Madeira na época do Natal, em substituição do tradicional presépio)

2005/12/16

Só para mostrar o que queria dizer





Apesar de ao natural também não ser grande coisa, este senhor seria igualmente um susto se aparecesse assim num cartaz. Só para não me acusarem de ser "biased".

2005/12/15

Umas quantas para explicar a anterior

O primeiro comentário foi, vindo da Inês M., o mesmo de sempre: "Lá estás tu a arranjar coisas contra a esquerda", ou algo semelhante. Como sempre, as pessoas falam sem saber de quê, a ideia feita que têm de nós é a que as leva a formar a opinião. Mas isso fica para outra altura.

A razão do meu comentário prende-se, muito simplesmente, com uma questão de estética. Desde o primeiro dia em que dei de caras com este outdoor, a caminho do trabalho, que me ficou a apetecer dizer mal. Não do candidato, apesar de nunca ter gostado da criatura (ele há coisas que não se explicam, mas algo me diz que ele não é de fiar), mas da imagem em si.

Olhem lá bem para ele. O senhor que pretende ter a juventude necessária para ser o próximo Presidente da República durante 5 anos aparece-nos aqui como uma sombra. Reparem na boca, que o grafismo deforma a ponto de fazer lembrar um trejeito causado por uma trombose. Os olhos estão igualmente deformados, tortos, e não se consegue entender o que o olhar pretende transmitir.

A seguir vem a mensagem, moderninha, como convém. A brincadeira de copy com alusão ao moderno mp3. Será que o hino da campanha já está disponível neste formato? Ou irão distribuir aparelhinhos a quem chegar primeiro à sede da campanha? Será que os jovens de hoje só se interessam mesmo por isto, para que os responsáveis pela campanha tenham optado por acenar com tal objecto de desejo tal como se acena uma cenoura a um burro? Não tarda nada estão a dizer que Mário (i)pod. Até mais que três vezes.

É com este rosto, e com esta alusão ao mais recente formato musical, favorito da piratagem discográfica, que se pretendem conquistar os votos dos jovens de 18 anos num vetusto senhor de 81? Poupem-me! Ainda bem que tenho quase 40 e não vou na conversa.

(Desta vez, sou eu que estou a julgar pela aparência. Espero conseguir perdoar-me um dia.)

Só uma palavra





CREEPY!





(ou em bom português, assustador).

2005/12/14

Perdida


Deste-me o rumo que eu procurava. Deste-me o calor da tua pele, mataste-me a sede de corpo que o meu corpo tinha, levaste-me a acreditar que nada tem fim quando somos felizes. Vivemos aqueles dias, que pareceram eternos, saciando-nos de nós e saciando o desejo que nos assolava a alma. Esquecemos o mundo, confiámos que aquele vento que nos empurrava seria sempre uma brisa amena. E afinal...
Nunca entendi, e nunca entenderei o que se passou. Teremos esgotado a paixão? Terás tu esgotado o desejo, saciada a fome? Que te fiz eu? Que me fizeste? De onde veio o ciclone que agitou o leito do nosso mar? Rasgaram-se as velas, quebrou-se-me a alma. Partiu-se-me a vida ao meio, esqueci o antes de ti e agora só vivo o depois, sem ti e sem rumo. Só sei que nenhuma brisa te trará de volta, e que, perdida no meio deste mar branco, ninguém me encontrará. Nem eu me encontrarei.
Sem ti, meu astrolábio de desdita, minha caravela de esperança, mais perdida fico, mais perdida estou.

Eis a tua história, Hipatia, inspirada num desenho do Gaivina.