2005/12/15

Umas quantas para explicar a anterior

O primeiro comentário foi, vindo da Inês M., o mesmo de sempre: "Lá estás tu a arranjar coisas contra a esquerda", ou algo semelhante. Como sempre, as pessoas falam sem saber de quê, a ideia feita que têm de nós é a que as leva a formar a opinião. Mas isso fica para outra altura.

A razão do meu comentário prende-se, muito simplesmente, com uma questão de estética. Desde o primeiro dia em que dei de caras com este outdoor, a caminho do trabalho, que me ficou a apetecer dizer mal. Não do candidato, apesar de nunca ter gostado da criatura (ele há coisas que não se explicam, mas algo me diz que ele não é de fiar), mas da imagem em si.

Olhem lá bem para ele. O senhor que pretende ter a juventude necessária para ser o próximo Presidente da República durante 5 anos aparece-nos aqui como uma sombra. Reparem na boca, que o grafismo deforma a ponto de fazer lembrar um trejeito causado por uma trombose. Os olhos estão igualmente deformados, tortos, e não se consegue entender o que o olhar pretende transmitir.

A seguir vem a mensagem, moderninha, como convém. A brincadeira de copy com alusão ao moderno mp3. Será que o hino da campanha já está disponível neste formato? Ou irão distribuir aparelhinhos a quem chegar primeiro à sede da campanha? Será que os jovens de hoje só se interessam mesmo por isto, para que os responsáveis pela campanha tenham optado por acenar com tal objecto de desejo tal como se acena uma cenoura a um burro? Não tarda nada estão a dizer que Mário (i)pod. Até mais que três vezes.

É com este rosto, e com esta alusão ao mais recente formato musical, favorito da piratagem discográfica, que se pretendem conquistar os votos dos jovens de 18 anos num vetusto senhor de 81? Poupem-me! Ainda bem que tenho quase 40 e não vou na conversa.

(Desta vez, sou eu que estou a julgar pela aparência. Espero conseguir perdoar-me um dia.)

1 comentário:

Anónimo disse...

Confesso que não tinha visto a coisa por essa perspectiva...