2007/01/30

Repescado

E porque o frio, as circunstâncias e muitas outras coisas me têm afastado das palavras que por aqui costumo deixar, fui repescar um dos meus primeiros textos, dos idos de 2003.

O Verbo "Dever De"

Confrontada com exemplos intermináveis da forma como os portugueses usam a língua-mãe, esquecendo que a mãe é mesmo para respeitar, por muito galinha, chata, pespinenta, exigente e outras coisas que tais que possa ser, concedo-me a imodéstia de sugerir uma forma de conjugar o novíssimo verbo "Dever de". Assim sendo, proponho as seguintes formas para o presente do indicativo do mesmo:

Eu devo de ser doida
Tu deves de ser parvo
Ele deve de estar maluco
Nós devemos de ser idiotas
Vós deveis de ser uns asnos
Eles devem de ser uns broncos

Posto isto, aqui vai um post.

2007/01/19

Para quem tem pressa


E principalmente para a minha amiga uxka, que graças a mim percebeu muito do fascínio por trás da bela da maçã. Como eu (e muitos outros), deve estar mortinha por deitar as mãos a uma coisa destas. Ó se deve.

Exercício

Sentadas numa esplanada na Praça do Giraldo, em Évora, no final de Outubro, sem nada para fazer se não tentar descobrir um sítio para almoçar (porque o local eleito estava inexplicavelmente fechado para descanso em dia de turistas), a minha amiga pega na caneta, olha em volta e faz uma lista de palavras:


Alfazema

Tranquilidade
Legado
House
Mercadores
Portugal

Tomada de Passageiros
Mundial
Propriedade
Pio
Excepto




A seguir, diz-me:

— Agora, escreve um te
xto com isto tudo.

Cerca de um quarto de hora mais tarde, o resultado foi este:

Praça do Giraldo
O toque pio dos sinos da igreja ordenava o ritmo dos passageiros, que com tranquilidade abandonavam a praça, deixando aquele legado do património mundial.
Agora propriedade de Portugal, a “house” fora antes tomada por mercadores de alfazema e rescendia ainda ao seu aroma simples e persistente, excepto quando se lhe sobrepunha a fragrância a chá verded acabado de preparar.

Alguém quer repetir o exercício?

2007/01/11

O livro

Era só um desafio, entre outros que já aceitei. Desta vez não demorei e ganhei uma página neste livro. Para lerem o meu texto, conhecerem melhor o projecto do António Rosa, saberem quem são os outros autores ou para encomendas, sigam este link e visitem o blogue do livro.

2007/01/02

Conselho de Ano Novo

Não empurres a tua sorte*. Ela pode cair e arrastar-te com ela.
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*Do inglês don't push your luck, que é como quem diz não abuses da sorte.