2008/07/06

Little Black Dress

Não há como o Verão para poder fazer isto. O inesperado, o surpreendente, as decisões no calor do momento têm o poder de nos animar. E de, certa forma, preencher aquele vaziozinho que há muito nos incomoda, aquela fresta por preencher que deixa entrar os arrepios da monotonia, da melancolia de termos sido rejeitados. Mais uma noite de fim de semana em casa, não. Mesmo que já depois do sábado ser domingo, nos primeiros minutos mesmo, se decida "Vamos lá então! É só mudar de roupa e estou a caminho". E, como é Verão, enfia-se um vestidinho, dão-se uns últimos retoques, acrescenta-se um pormenor e vai-se ao encontro do aparentemente desconhecido. Mesmo que não se faça nada de especial, mesmo que os planos acabem por sair ao contrário, sabemos que estamos vivos e que há alguém que nos ouve. Depois, regressa-se a casa, o céu já daquela cor que antecede a manhã. E que eu gostaria de, um dia, ter partilhado contigo.

4 comentários:

Anónimo disse...

Se falasse o little black dress, diria tanta coisa - que o vestimos para impressionar, para sentirmo-nos bonitas, mas que na verdade, não nos sentimos tão bem assim,..e que sem ser ao "teu" lado ele sente-se quase um little black dress desperdiçado.

Rosmaninho disse...

Minha cara, nesta vida nada é desperdiçado - tudo tem um sentido, tudo tem uma lógica, tudo tem uma finalidade. O little black dress fez-me sentir bem comigo, e isso é o mais importante, apesar de não "o" ter a meu lado. A vida continua, seja qual for o desenlace que nos está reservado, e temos que continuar a vivê-la, dia após dia, vestido após vestido. E quem sabe, um dia, quando menos esperarmos, "o" encontramos ao virar da esquina enquanto estamos a usar o "LBD"? Há que sonhar, e há que fazer com que os sonhos se realizem. Mesmo da forma que não esperamos.

Anónimo disse...

também consigo imaginar esse teu pesadelo, mas isso acontece até aos melhores. bjs

Rosmaninho disse...

Que pesadelo? No dia em que amar alguém e, sobretudo amar-me a mim própria, por tudo o que sou e tudo o que essa pessoa me tornou, for um pesadelo, estaremos mal, muito mal. Meu caro anónimo (tss tss tss), a vida segue em frente, e se não for "o" tal, outro será. Desde que nos diga alguma coisa. Nada, mas nada, acontece por acaso.