2006/06/13

Tomara que chova

Foto daqui.

A sensação de que me vão fulminar. Mais uma vez olhar-me como se fosse completamente anormal. Calar. Não contrapor. Não responder. Guardar para mim que gosto de dias assim. Em que o sol se fecha por trás de nuvens e faz destas as portas de um forno, do qual ele é o motor. Deixando-nos lá dentro.

De vez em quando, gosto de dias assim, cinzentos. As cores ficam mais intensas, os pormenores não são abafados pelo brilho. Custa a respirar. Mas não temos que nos esconder por trás das lentes dos óculos escuros. Podemos olhar para o céu. Ver aquela massa irregular de condensação. Montinhos e mais montinhos que parecem suportar o nosso peso, caso resolvêssemos saltar de um para o outro. Ilusões que se vão desfazer daqui a pouco. Cair sobre nós em estado líquido, aos poucos. Mostrando-nos que tudo é efémero. Principalmente as nuvens.

Raios. Por que é que é tão estranho gostar-se de dias cinzentos? Por que é tão difícil perceber que, para se saber que está sol, também é preciso saber que está chuva?

Sabem o que quero mesmo? Uma trovoada. Das grandes. Para arrefecer a terra e os ânimos. Para lavar este ambiente. Para criar um intervalo neste verão prematuro. Para mudar esta rotina de dias iguais. Tomara que chova. Até de manhã.

4 comentários:

Elisa disse...

Em Aveiro chove desde ontem. E há trovões. E raios. Muda-te.

Unknown disse...

Chove! E troveja! Em Lisboa.

Rosmaninho disse...

Finalmente, um desejo meu é atendido! (também, bastava olhar para o céu)

Unknown disse...

Ora Porra, ó Rosmaninho!
Estou há uma hora a olhar para as janelas e para o tecto a vigiar cada frincha e esquina. Aposto que a chuva e a trovoada têm o epicentro em cima de minha casa. Nunca vi trovoada e chuva tão forte assim.

Da próxima vez que desejar alguma coisa assim com tanta força, olhe, deseje-me um trabalho fantástico com um rendimento de 25 mil euros mês, por exemplo. Agora esta chuva e trovoada?!