2006/06/07

A hell of a day

Não acredito em superstições. Detesto crenças como a de que, se não olharmos nos olhos do outro quando brindamos, teremos não sei quantos anos de mau sexo. Abro chapéus dentro de casa (se possível, quando há alguém supersticioso ao pé). Não fujo de gatos pretos, antes pelo contrário. Quando há uma escada no meio do caminho, só me desvio se não for absolutamente possível passar por baixo dela. Ainda não percebi o significado de bater na madeira. Digo palavras como cobra e azar sem sequer pensar duas vezes. Adoro que o mês comece ao domingo para me garantir uma sexta-feira 13. (Por falar nisso, acho que o problema de sentar esse número de pessoas a uma mesa só tem que ver com o facto de os serviços serem feitos para 12 pessoas.)

Sou capaz de deitar pão fora sem pedir perdão a quem quer que seja, e entornar vinho na mesa, ou passar o sal assim e assado não têm qualquer significado negativo para mim. Esconjuro os meus demónios com força de vontade e raciocínio lógico, sem
a ajuda de amuletos ou de orações. Acredito firmemente que só eu me posso perdoar a mim mesma, e que nenhum ser sobrenatural pode dominar a minha vida.

Por isto tudo, quero lá saber se o dia que passou foi o dia da besta. Que besta? Que religião é esta que inventa papões para atormentar quem segue o instinto? Que oferece perdão unicamente a quem a ela se submeter?

Diabo? Anticristo? Inferno? Com ele ou sem ele, o dia hoje correu-me extremamente bem. Tenho um saquinho cheio de ilusões, a brilhar de novas e a trazer-me muita luz.

Foi, realmente, um dia dos diabos!

2 comentários:

Uxka disse...

é assim que eu te vejo, a andar pairando por sobre papões e cascas de ovos, com os caracóis ao vento e aquele sorriso...
beijo

Psipsina disse...

Bestas são aqueles que não querem nad da vida e encalham constantemente nas nossas vidas. Excelente texto.