A liga da família
As reuniões da minha família com a família do meu irmão (somos filhos dos mesmos pais, mas ele mudou de família desde que casou e mudou de casa) podem comparar-se a jogos de futebol, em que uns jogam para cá, outros para lá, sendo que os resultados de cada encontro estão viciados à partida. Os jogos resumem-se ao seguinte, no mesmo dia, jogando eu em simultâneo em todos eles:
· Ricos contra pobres – ganham os ricos, porque lhes devemos respeito, porque ajudam muito, porque são muito amigos e porque têm sempre razão, ou não seriam ricos.
· Casados contra solteiros – ganham os casados, porque os solteiros não têm obrigações, não têm, normalmente, filhos e, finalmente, porque é assim que deve ser, mesmo que tenham 40 anos e se sustentem.
· Homens contra mulheres – ganham os homens, porque estão ali para ser servidos, ouvidos e nunca postos em questão, mesmo que não nos sustentem.
Inevitavelmente, costumo sempre sair destas épocas do ano com várias lesões emocionais, e inúmeros cartões amarelos, acabando por ser obrigada a descer à divisão abaixo, tenha razão ou não. Para além disso, é habitual abandonar o recinto com várias agressões (verbais, note-se) ao árbitro e fiscal de linha (os meus digníssimos progenitores).
A sorte é que este campeonato só tem meia dúzia de encontros, a maior parte dos quais em Abril e Maio, disputando-se mais uma partida ou outra em Julho, Dezembro e Janeiro. Mas o resultado é sempre o mesmo, por mais que eu reuna os melhores elementos da minha equipa mental. Sempre que abro a boca para argumentar, comentar ou simplesmente constatar um facto, lá me acenam com um cartãozinho em forma de ssshiu ou de sobrancelha levantada. Nunca consigo marcar golo.
Resta-me chegar à conclusão de que, com uma Liga Familiar destas, envolvida num vergonhoso caso de Apito de Costumes, a única solução é mesmo arranjar um ponta-de-lança/defesa (leia-se marido ou companheiro) a quem seja permitido marcar golos ao mesmo tempo que defende a minha dignidade. Com uma mafia destas, só assim.
Por mim, vou continuar a praticar jogo limpo, nesta equipa no singular.
· Ricos contra pobres – ganham os ricos, porque lhes devemos respeito, porque ajudam muito, porque são muito amigos e porque têm sempre razão, ou não seriam ricos.
· Casados contra solteiros – ganham os casados, porque os solteiros não têm obrigações, não têm, normalmente, filhos e, finalmente, porque é assim que deve ser, mesmo que tenham 40 anos e se sustentem.
· Homens contra mulheres – ganham os homens, porque estão ali para ser servidos, ouvidos e nunca postos em questão, mesmo que não nos sustentem.
Inevitavelmente, costumo sempre sair destas épocas do ano com várias lesões emocionais, e inúmeros cartões amarelos, acabando por ser obrigada a descer à divisão abaixo, tenha razão ou não. Para além disso, é habitual abandonar o recinto com várias agressões (verbais, note-se) ao árbitro e fiscal de linha (os meus digníssimos progenitores).
A sorte é que este campeonato só tem meia dúzia de encontros, a maior parte dos quais em Abril e Maio, disputando-se mais uma partida ou outra em Julho, Dezembro e Janeiro. Mas o resultado é sempre o mesmo, por mais que eu reuna os melhores elementos da minha equipa mental. Sempre que abro a boca para argumentar, comentar ou simplesmente constatar um facto, lá me acenam com um cartãozinho em forma de ssshiu ou de sobrancelha levantada. Nunca consigo marcar golo.
Resta-me chegar à conclusão de que, com uma Liga Familiar destas, envolvida num vergonhoso caso de Apito de Costumes, a única solução é mesmo arranjar um ponta-de-lança/defesa (leia-se marido ou companheiro) a quem seja permitido marcar golos ao mesmo tempo que defende a minha dignidade. Com uma mafia destas, só assim.
Por mim, vou continuar a praticar jogo limpo, nesta equipa no singular.
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