2006/04/18

E-mail

Chegam a rodos. Piadas, piadinhas, filmes divertidos, outros menos, anúncios premiados, sequências de acidentes espectaculares, reflexões sobre a vida e a política, bocas aos políticos, correntes inquebráveis que satisfazem os nossos desejos mais íntimos se não forem quebradas, o que significa o seu reenvio para pelo menos 10 pessoas, fotos laboriosamente montadas em pesadíssimos ficheiros power point que me encravam o mac…

Todos os dias, ou quase todos, chega pelo menos um mail destes à minha caixa de correio electrónico. E, só de vez em quando, muito de vez em quando, chega um que me pergunta, simplesmente se estou bem ou que fala em vontade de me ver.

Chegámos a uma altura em que reenviar o que outros fizeram por nós, e que reenviaram para nós, é a única forma de dizermos aos amigos que estamos vivos. No entanto, nunca chegamos a saber se o destinatário o recebeu, porque é indiferente haver resposta ou não.

Se calhar sou exigente de mais, não me contento com saber que aquela pessoa que me enviou o mail se lembrou de me incluir na lista de destinatários. Se calhar penso de mais, se calhar sou eu que estou errada ao não fazer o mesmo diariamente.

Acho que não. Por mim, vou continuar a enviar apenas aqueles que considerar dignos disso, e também dar o primeiro passo para tentar manter contacto, com coisas que valham a pena dizer aos amigos.

Sem comentários: