2005/11/05

Dear God - III

Às vezes, complicamos tanto que nos esquecemos das pequenas coisas simples que fazem parte do nosso dia a dia. Um agrafador, uma caneta, a água que corre da torneira, a electricidade que nos permite estar aqui... tomamos tudo como garantido, a não ser quando nos faltam. O grave é que o mesmo acontece com as pessoas que nos rodeiam – estão lá e pensamos que estarão para sempre. Não mostramos que gostamos delas, porque julgamos que já mostrámos isso mais que uma vez, não telefonamos porque temos mais que fazer, não nos interessamos porque pensamos que já as conhecemos. E desistimos delas quando não estão de pleno acordo connosco. Sem uma palavra.

Hoje, quando comentava, com alguém que conheço há muitos anos, a crescente indiferença pelos outros, responderam-me que me habituasse à ideia de que só poderei contar mesmo comigo. Enfim, seja. Resta-me o consolo de poder sempre contar com um agrafador que a qualquer altura, e sem dor, ressentimento ou discussão, pode ser substituído por um novo e melhor. E também com alguns amigos.

1 comentário:

Uxka disse...

Hope so... apesar de eu ser uma sacaninha mais ou menos silenciosa, com problemas em pegar num telefone.

Ps...para quando uma canjica daquele galo apetitoso?