2006/02/25

Defeitos e Manias

A minha querida uxka, arrastada por um certo Zig, agarrou-se-me ao braço e levou-me com ela neste desafio de mostrar ao mundo quais são as minhas manias ou defeitos. E, como ela bem sabe, até porque na minha condição de “Touro” não resisto a um panito vermelho agitado em frente dos olhos, nunca digo que não a um desafio. Por isso, aqui vão eles:


Curiosidade
Há quem a considere um defeito, o que me tem prejudicado seriamente, mas eu não resisto a saber mais e mais, sobre tudo. Levam-me a mal esta forma de ser, mas garanto que todas as “informações” que colecciono avidamente servem apenas para aprender a vida como ela é.

Tiques
Sim, já tive vários. De roer as unhas a “catar” pontas de cabelos espigados, entre outros que não confesso, limito-me agora, e apenas em situações de nervosismo extremo, a enrolar madeixas de cabelo em volta de um dedo. Ininterruptamente, até ficar com dores nos braços.

Burrice
Detesto gente burra. Não aqueles que, por não terem aprendido, não sabem mesmo, mas aqueles que pretendem dar ares de saber e, no fundo, só dizem disparates. Detesto também aqueles que não querem aprender porque não estão para isso, ou porque haverá sempre alguém a quem perguntar.

Mentiras
Abomino mentiras, sejam elas de que cor forem. Ainda por cima, sinto que possuo um dom para apanhar em falso todos aqueles que mentem, até porque se esquecem que não é preciso andar a fazer perguntas para se descobrir a verdade. Bastar estar atento.

Falta de Civismo
Como a minha querida amiga, também eu detesto que se esqueçam de dizer obrigado, pedir por favor, pedir licença para passar ou entrar ou de pedir desculpa quando nos dão encontrões na rua. Aqui incluo também aqueles que, no trânsito, se armam em espertos furando filas, ultrapassando por onde não devem e colando-se à traseira do carro dos outros só para tentar mostrar que o deles é melhor.

Agora, a parte chata de me agarrar a outros 5 bracinhos para os trazer comigo neste desafio. Já troquei comentários com alguns, com outros nem por isso, mas regras são regras e eu gosto de as respeitar.

E os nomeados são:

anukis
Voz em Fuga
Filo Sofia
Silvia Sem Filtro
Tristes Tópicos

[Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E, além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blog´s aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blog]

2006/02/14

Rabujenta, eu?

Eles dizem que sim, que eu sou, mas eu acho que não. Rabujenta, eu? A quem fazem levantar da cadeira, sair da frente do meu jogo de computador, para olhar para um trabalho que supostamente também é meu para ver se a outra pessoa não se esqueceu do acento no i? Ainda se me pedissem opinião sobre a cor ou sobre a forma… Nah, como eu não sou fashion victim ficam a pensar que não consigo olhar para um círculo e dizer que um quadrado ficava melhor porque contrasta com a forma do logótipo… E no fim, o que contam são os bonecos. Só pensam nas aparências… Já os meus pais me dizem o mesmo, que eu devia ir ao cabeleireiro mais vezes, usar um saltinho alto e um fatinho porque sou dra… (que não sou, sou só licenciada, não tenho dessas peneiras). Bah, e isso lá tem importância? Pronto, eu sei que uma roupinha janota ajuda, mas quem é que no seu perfeito juizo aguenta um dia inteiro de saltos? Eu sei que o carro até está à porta, e que mal chego me sento, mas não compreendo por que é que tenho que sofrer? Repararam, escrevi por que e não porque. Essa é outra. Eu escrevo separado e vem um esperto qualquer e junta. Depois eu digo para separarem outra vez, porque assim é que é correcto. E dizem-me que não, que o cliente quer assim, e pronto, façam lá a vontade ao freguês, mas olhem lá que eu não assino isso. Cambada de idiotas, só porque têm dinheiro podem fazer tudo o que querem. Conheço muita gentinha assim, a quem põem em pedestais por causa do dinheirinho. Eu não, ora essa, era bem o que me faltava. Abrem a boca e vê-se logo o que são. Há-dem, deiam-me, a gente fomos a Roma… Coisinhas mais lindas saídas de boquinhas pintadas com bâton Chanel… Eu cá não tenho manias, sou o que sou… O que mais me chateia é que me bajulem por causa do dra antes do nome no livro de cheques. É que eu nem soube de nada, assinei os papéis e pedi para me irem abrir a conta. Vai na volta, o esperto lá do Banco resolve mandar pôr o título no cheque, nos cartões, por aí fora. Às vezes dá jeito, mas ter que aturar o sr dos livros, a cada trimestre, a bater-me à porta e chamar-me dra para cá, dra para lá, não dá. Só lhe falta fazer-me uma vénia. Eu já lhe pedi inúmeras vezes, não me chame dra que eu não gosto, mas ele responde sim dra de cada vez que fala comigo, a gaguejar, o que ainda é mais irritante. Com isto tudo acabo por ter pena da criatura, e lá vai mais um livro a contribuir para o caos lá de casa. E se não gastasse tanto em livros já podia ter comprado uma mobília completa para o quarto, afinal ganho tão bem. Mas o que é que eles têm a ver com isso? Rabujenta, eu? Eles é que me fazem assim.

Este post foi escrito para participar num desafio proposto pelo Isto não é o da Joana, que pelos vistos não teve participantes que chegassem. Por isso, publico eu.

2006/02/10

Publicitária? Naaaah!

Até há pouco tempo eu pensava que era copy. Não podia haver melhor: pagarem-me para escrever, e darem-me os meios necessários para o poder fazer bem feito, a tempo e horas e com qualidade. Mas agora já não sei. De há uns anos para cá, e principalmente nos últimos tempos, os genes do passado atacaram-me e eu estou a começar a sentir-me na pele dos meus antepassados. Se não, vejamos:
· Há dias que passo a encher chouriços - dão-me as coisas, amasso bem amassadinho e produzo uma belíssima fornada de balelas, sem ter tempo para pensar decentemente ou concentrar-me. "Faz-me lá um headline para isto, ou escreve mais um e-mail a dizer que vem aí uma novidade", ouço frequentemente (o meu avô paterno era salsicheiro).
· Outros dias, no meio dos chouriços, aparecem também fogos para apagar – "Tens que fazer isto para hoje ao fim do dia", sendo que isto é dito depois da hora de almoço (o meu avô materno foi bombeiro).
· Uma vez por outra, e cada vez com mais frequência, o meu monitor em 3ª mão recusa-se a ligar-se de manhã e, como o técnico está a alimentar outros computadores de meados da década de 90 com balões de soro, eu tento uma vez e outra e lá ligo a maquineta (o meu avô materno também foi mecânico).
· Em vez de grandes campanhas, de coisas bem pensadas, está-se sempre a aviar os clientes, como eles querem, quando eles querem, porque eles querem (a minha mãe e avó materna tiveram uma mercearia).
· Os trabalhos passam de mão em mão, ou seja, de criativo em criativo, para ver quem é que consegue chegar a uma solução, e passa-se o tempo a remendar o que já está feito, até chegar a uma coisa mais ou menos (a minha mãe a minha tia foram costureiras).
· Finalmente, com isto tudo, passa-se o dia num insuportável clima de cortar à faca, ou melhor, a cutelo (o meu pai teve um talho).
Se isto não são os antepassados a chamarem por mim, então não sei o que será. Talvez a crise, que é desculpa para tudo.