Ovelha negra
Quando lhe perguntei por que é que não me tinha convidado, respondeu-me, mais uma vez, que julgava que eu não queria ir, porque não gostava de ir para aqueles lados. E, mais uma vez, fiquei sem saber se era verdade, se era uma desculpa esfarrapada, apressada.
Mas isso agora não interessa nada. O que conta é a atitude de julgarmos pelos outros, julgar os outros, pensar pelos outros. Sem nos lembrarmos de que eles gostam de ser consultados, inquiridos, de ter voto na matéria. Quanto mais não seja para se sentirem minimamente relevantes.
O que acontece, hoje em dia, é que nem temos tempo para pensar nos outros. Fazemos e pronto. À primeira recusa a um convite, é assumido que não queremos voltar a ser convidados. Se não acompanhamos o rebanho duas ou três vezes, ele acaba por sair para o pasto sem nada nos dizer. E acabamos por ser votados a um exílio forçado, apenas porque os outros “julgam” que não estamos interessados na sua companhia. Então, entra-se num ciclo vicioso: eles não convidam e eu, educada, não me faço convidada.
É assim que começam as histórias de solidão e depressão: quanto mais em baixo estamos, menos somos procurados. E quanto menos somos procurados, mais sós e deprimidos ficamos. O que é deprimente. E solitário.
1 comentário:
Méeee,
Mée, mé,mé.... Méeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.
Mé,mée,méeee....
xxx
P da Madêra
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