2006/04/17

Fim de semana tudo-menos-santo

Mais uma vez, eu devia ter confiado no meu instinto. Está cada vez mais desenvolvido, fiável, este meu sexto sentido. Não devia ter saído de Lisboa este fim de semana. E muito menos sozinha.

Praia? No primeiro dia, nem apeteceu contemplar nada, de tanta chuva. Passeio com os gatos? E a lama no pêlo branco e nas patas? Amigos? Demasiado ocupados. Um dia perdido, uma sexta-feira que nada teve de santidade, seja lá isso o que for.

O pouco para fazer tornou-se nada, e o nada tornou-se muito em raciocínios desesperados sobre a vida que tenho, a vida que quis ter, a que nunca quis ter e que se parece demasiado com a actual…

De repente, aquele lugar que já foi tão meu, perdeu o encanto, ficou baço, já não me ilumina. Os sonhos que dele faziam parte desfizeram-se, as memórias são apenas fragmentos que já não conseguem reconstruir a história, ou o pouco de bom que esta teve.

Apenas o meu mar, o mar da fotografia, e um livro de Umberto Eco, salvaram, hoje de manhã, o último destes três dias.

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