A burra presa (ou o dia em que perdi a minha mãe)
Os meus queridos progenitores têm a abjecta mania de simultaneamente me relembrarem de que tenho quase a tal idade e de me afectarem a responsabilidade de uma adolescente. Como tal, são inúmeros os episódios em que, precisando de mim, me mentem quanto à hora em que o importantíssimo evento familiar (vulgo almoço) vai acontecer, fazendo-me correr para depois ter que esperar pelo resto da família. Resultado: discussão atrás de discussão.
Certo dia, após 3 insistentes telefonemas para minha casa, lá saí eu a correr, direitinha a casa deles para os ir buscar para o almoço. A meia hora que tive que esperar redundou em nova discussão, para não variar.
Acabei por descer com o meu pai, pois ainda havia lixo para despejar. Entrámos no carro e, pouco tempo depois, ouço a porta por trás de mim a abrir-se, depois a fechar-se, liguei o carro e arranquei. Nos cerca de 2 km de subida que separam as duas casas, fui falando com eles, sem me surpreender com a falta de resposta da minha mãe que, sempre que discute comigo, prende a burra e se recusa a responder.
Entrei na garagem, fiz a manobra, desliguei o carro e voltei-me para trás para lhe dizer para sair pelo outro lado. Foi quando descobri que a tinha deixado na rua, sem chaves, sem dinheiro e sem telemóvel. A porta tinha-se aberto, sim, mas para ela deixar a mala.
A burra foi solta de vez, porque ela aprendeu que é muito feio não responder a quem fala connosco, a não ser quando somos pequeninos e é perigoso falar com estranhos.
1 comentário:
oh paahh... serão que são todos assim?
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