Abaixo o grilo
Se há coisa no mundo que eu odeie, são grilos falantes. Sim, como aquele do Pinóquio, sempre a chamar-lhe a atenção, a dizer que as coisas são assim e assado e não podem ser de outra forma.
Desde pequena que não suporto que me digam “não vás por aí” sem me darem um motivo a não ser um “porque não deves”, “porque não é bonito”, “porque uma menina não faz isso”, “porque parece mal”. Não gosto, pronto.
Não quero dizer, de modo algum, que não aceite os motivos dos outros. Mas eu gosto, e faço questão, de descobrir por mim mesma, antes de comprar tudo o que me dizem. Arrisco-me? Pois sim, venham os trambolhões, as surpresas desagradáveis, as desilusões. Com tudo isso, aprendo e, fundamentalmente, sou eu, única, genuína, responsável pela minha vida.
Assumir uma atitude de grilo falante é, acima de tudo, pressupor que o outro, aquele a quem massacramos os ouvidos com expressões como “eu bem te avisei” ou “olha que…”, é incapaz e irresponsável. E isso é mesmo muito feio.
Sem comentários:
Enviar um comentário