2006/09/20

O amor possível

A blahblahblah desafiou-me a participar num desafio de um blogue vizinho. Claro que não resisti. Assim, depois de alguns dias entrecortados por muito trabalho, o resultado foi este. Consiga ou não o objectivo, foi bom reflectir sobre o amor e os seus cambiantes. E, sinceramente, acredito que não pode mesmo ser definido. É o que é, e é o que somos.

Aqui fica:
Não é fácil dizer o amor. Aliás, é praticamente impossível dizer algo que não se diz, mas apenas se vive, sente, mostra. É impossível fechá-lo numa caixa de sentido quando ele tem tantos quantos seres há no mundo. Não se pode dizer onde está porque ele não tem um lugar só. Não lhe podemos dar forma porque não o podemos moldar a gosto. Apenas vivê-lo e aceitá-lo.
O amor vê-se nos gestos, no brilho do olhar, no esplendor da pele. Ouve-se nos risos, nos suspiros, na voz embargada de emoção. Revela-se na ternura dos movimentos, na carícia do olhar, na suavidade dos gestos.
Aligeira os dias mas pesa na espera. Faz-nos voar mas facilmente nos deixa cair. Alumia, mas cega. Tranquiliza e enlouquece. Recria e destrói. É simultaneamente alívio e dor. Alegria e angústia. Companhia e solidão. É leveza e quase insuportável de tão pesado. É riso e dor, luz e escuridão. É querer tudo e não querer mais nada.
O amor é tanto que não se pode dizer. ®

2 comentários:

Humor Negro disse...

o amor é lindo...

Unknown disse...

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões


Ai o Amor, o Amor...
Parabens! :)