2005/07/09

"Estavam a pedi-las."

Disse aquilo com chispas de raiva a saltar dos olhos. E os meus ouvidos nem queriam acreditar. Era 7 de Julho, de manhã, e foi a primeira reacção que ouvi aos atentados de Londres. E passou a explicar os motivos por que, eventualmente, achava muito bem que se vingassem, em inocentes, dos actos de menos inocentes. Porque os atacaram primeiro, porque só querem o petróleo deles, porque têm a mania disto e daquilo... Estavam mesmo a pedi-las.
Chamem-me burra, pobre de espírito, insensível aos direitos dos oprimidos... coitadinhos dos fundamentalistas, que cegos pela religião e pelo ódio, escolhem a violência e o terror porque são incapazes de dialogar, de ceder.
É evidente que as medidas do sr. Bush, aquela criatura sem descrição possível, e do sr. Blair, não têm desculpa, mas muito menos tem a violência gratuita sobre inocentes que tinham acabado de sair de casa para mais um dia normal.
É muito mais fácil arranjarmos um único culpado que pensarmos realmente sobre as verdadeiras razões de tudo. E enquanto não pensarmos, continuaremos neste jogo de olho por olho, dente por dente.
Para terminar, a minha amiga uxka capturou, e muito bem, uma frase escrita num muro em Espanha: "Aquel que de sus armas hace sus dioses, quando elas gañen, sera vencido". Quaisquer que sejam as armas.